Domingo estávamos na PIB Resende, igreja onde sirvo como diácono, pela manhã tivemos o memorial da Ceia do Senhor. A Igreja estava cheia, muita gente, de todo tipo, classe social, cultura, cor, cheiro... todos ali, juntos... O grupo de louvor cantava um cântico que é tradução de uma música do Hillsong, a linda letra nos levava ao calvário, a dor, os cravos e ao perdão, Digno é o Cordeiro que no trono está... A canção fazia a melodia para algo sobrenatural que acontece nesse memorial. Nós os diáconos servíamos a congregação, com o pão e o vinho. A medida que eu passava com a bandeja banco por banco, pessoa por pessoa, viajei em meus pensamentos e lembrei-me do livro do Philip Yancey, Maravilhosa Graça, o texto passava em minha mente... Olhava para o rosto daqueles irmãos, imaginava o que o sangue de Cristo faz por cada um de nós. Naquela manhã de domingo havia alguns irmãos que estão em tratamento na clínica de recuperação para dependentes químicos, com seus dramas, lutas e vícios, mas apesar disto, podiam se achegar à mesa. Vi ali famílias com suas feridas, que não podem ser expor por conta de muitas questões, mas pelo Sangue do Cordeiro, também podem se achegar à mesa. Uma querida irmã, que esteve na reclusão de uma prisão, mas que hoje, liberta pelo Mestre, com dignidade pode levar a mão à bandeja e tomar do Corpo de Cristo, dado por ela! Somos imperfeitos, indignos, alguns aparentemente tem uma vida normal, não passam por crises financeiras e fazem parte da mais alta classe da cidade... Mas, na Ceia todos são trazidos ao mesmo nível, os que estão nas nuvens e os da sarjeta, pois não há maior ou menor, todos pecamos. Ricos ou pobres, impuros ou os que se julgam mais santos. Confrontados pelo Senhor e sua máxima expressão de amor, todos somos iguais. Ainda que a culpa assombre os calabouços da alma, mesmo que haja acusações vindas de onde não se deveria, que venha à tona algo que o Senhor já não se lembra mais, mediante a mesa não há melhores ou piores, somos apenas... irmãos... somos todos perdoados.
E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Lucas 22:19
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