Ouvidos e coração

Nos últimos dias tenho conversado com algumas pessoas, aqueles papos informais e despretensiosos, mas que ao fim me vem sempre a sensação de que há em nós uma grande necessidade de falar e ter alguém que nos ouça, com os ouvidos e com o coração. Algumas eram pessoas que apenas convivo e eles abriram portas de suas almas, traziam grandes conflitos em suas vidas. Percebo que faltam amigos para dividir seja o que for, alegrias, lutas ou pra jogar conversa fora mesmo... Vive-se hoje numa busca egoísta do ter e esquecemos de que ser é o mais importante.
Ontem, eu estava na recepção na igreja, neste trabalho a gente fala com muita gente. Antes do inicio do culto um rapaz que pela primeira vez foi ali contou-me de sua angústia e dor, ele sentia desejo de morrer, seu olhar era de tristeza e desesperança. Em alguns poucos minutos conversamos, o convidei para que entrasse e ouvisse com o coração tudo o que fosse falado e cantado, que estivesse aberto para o que seria dito. Solicitei também para um outro irmão para que sentasse junto a ele, e que lhe desse um pouco de atenção... Ao término do culto voltei para falar com aquele jovem, o Eduardo e Ana estavam juntos dele, se mostraram dispostos a caminhar um pouco com aquela vida, a esta altura, já havia um sorriso em seu rosto.

Eu creio que este é o poder terapêutico da Igreja, embora cheia de gente imperfeita, ali a Graça, o Amor e a Cura do Senhor é manifesta, e Deus usa pessoas para isso, através dos sorrisos, dos abraços, dos ouvidos e principalmente dos corações.