sábado, setembro 25, 2010

Para jovens publicitários.

O texto abaixo, foi escrito para uma formatura por Nizan Guanaes,
paraninfo de turma na Faap, há alguns anos. Vale a pena ser lido, especialmente
pelos mais jovens.


"Dizem que conselho só se dá a quem pede".

E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns.
Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos.
Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro.
Ame seu ofício com todo o coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência.
Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha.
Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro.
Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro.
Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro.
E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma.
A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano.
O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse:
"Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo."
E ela responde: "Eu também não, meu filho".
Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo
contrário. Digo apenas que pensar e realizar, tem trazido mais fortuna do que pensar
em fortuna.
Meu segundo conselho:
Pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a
melhor maneira de pensar em si.
Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a
minoria morre de medo.
O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada.
Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem
refinamento, não chega a viver como homens. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu.
Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: " seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito."
É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito: É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio.
Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso.
Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso.
Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute.
Mas, por favor, não jogue fora, se moldando, a extraordinária oportunidade
de ter vivido.
Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história.
Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução.
Que é mais do que sexo ou dinheiro.
Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes
e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa
de possibilidades na outra.
Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano,dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia!
Toda família tem um tio batalhador e bem de vida.
E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa.
Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam.
Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar.
Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem.
De 8 às 12, de 12 às 8 e mais se for preciso.
Trabalho não mata. Ocupa o tempo.
Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios.
O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem
muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses.
Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram,
em menos de 50 anos, a segunda maior megapotência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho.
Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam.
Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão.

E isso se chama sucesso."

Nizan Guanaes

sexta-feira, setembro 24, 2010

O que Deus espera de nós?



A caminhada cristã muito embora seja plena da verdadeira alegria, certamente não é nada fácil. Aliás, não há na Bíblia um relato sequer de que seria um mar de rosas. Jesus já nos advertiu dizendo que teríamos aflições neste mundo. Afirmou que não eram facilidades e aplausos, mas a espada que esperava seus discípulos...

Por vezes o Senhor nos põe à prova e requer atitudes muito difíceis de serem feitas, certas coisas são demasiadamente grandes para nós, seres tão frágeis e limitados.

Lembra de Abraão e seu filho Isaque? José do Egito que perdoou seus irmãos tão injustos. A Viúva Pobre a quem Elias pediu o único alimento que possuía, e ela obedeceu sem titubear. São muitas as histórias destes heróis, que ganharam este título não por serem excepcionais, mas por que foram obedientes... embora fosse gente como eu e você.

Certo tempo atrás minha esposa recebeu de Deus um grande desafio, o Senhor lhe pediu uma atitude para com algo maior que sua vontade e compreensão. Certas coisas vão além de nosso querer, ferem nossa vontade, orgulho ou até o que chamaríamos de “justiça”. Assim, realmente seria incompreensível obedecer, pois há pouca lógica humana. Como Pedro naquele episódio da pesca maravilhosa em que dizia: “Mestre trabalhamos a noite toda e não apanhamos nada ...” – Ali Pedro parecia mostrar a Jesus que ele conhecia o mar, e este que não estava para peixes, suas tentativas anteriores haviam se frustrado, suas forças e esperanças já haviam ido em muitas tentativas em lançar a rede. Porém, ele foi obediente e disse: “Mas sobre sua palavra lançaremos a Rede...” – O fim desta história você já sabe. (se não confira em Lucas 5).

Carla fez o que eu acreditava que ela faria, acho que conheço um pouco seu coração, ela foi obediente. Quanto a fazer ou não o que Deus quer de nós, mesmo sendo tão difícil, tenho certeza que o melhor e mais prazeroso é obedecer, sempre!

quarta-feira, setembro 08, 2010

Flores em Vida


Os dias em que vivemos são maus; por isso aproveitem bem todas as oportunidades que vocês têm.” (Efésios 5:16 NTLH)
No blog do Eliseu Schmidt (http://esdata.eti.br/blog/?p=132), li o seguinte post.

Em seu livro Jesus Coach, Laurie Beth Jones escreveu:

Meu amigo Joe Mathews compartilhou comigo uma história comovente. A esposa de seu melhor amigo recebeu o diagnóstico de câncer terminal e lhe disseram que tinha pouco tempo de vida. Joe contou que observou, admirado, Dan e a esposa. Christine, passando a viver cada dia com uma pureza e um amor tremendos. Quando ela estava quase no fim da vida, Joe finalmente reuniu coragem para perguntar uma coisa a Christine:

- Qual é a sensação de viver cada dia sabendo que está morrendo?

Ela se apoiou em um dos cotovelos e, em seguida, lhe perguntou:

- Joe, qual é a sensação de viver cada dia fingindo que você não está morrendo?

A primeira coisa que me chamou a atenção foi perceber como frequentemente ouvimos de pessoas que, às portas da morte, se conscientizaram e passaram a dar valor às pessoas amadas e a tratá-las com o respeito e a dedicação que sempre mereceram. Antes assim do que nunca. Mas da perspectiva de Christine, estamos caminhando para a morte todos nós, independentemente de estarmos doentes ou não.

Conversava há alguns dias com um amigo e ele me dizia que uma das artimanhas mais utilizadas pelo Diabo para anular o efeito que a nossa vida pode ter é a de deixar-nos constantemente ocupados. Estamos sempre correndo para manter as tarefas e compromissos em dia, para ler todos os e-mails, responder todos os recados, seguir todos os tweets, visitar todos os sites, assistir todos os filmes, arquivar todos os arquivos. Quando não é em casa, é no trabalho, na igreja, na escola, no shopping, no supermercado, na associação, no trânsito. Quando vemos passou o dia e estamos esgotados sem condições de dedicar atenção a quem realmente importa.

Isso tudo me fez lembrar um pregador que sempre falava que nunca tinha visto um caminhão de mudança seguindo uma procissão de enterro. Dizia isso para lembrar que as coisas materiais e posições sociais conquistados duramente durante a vida nada significam se, para consegui-los, você teve que afastar para longe as pessoas que ama.

A segunda coisa que me chamou a atenção é: por que não tratamos as pessoas que amamos sempre da maneira correta? Por que temos esta atitude insana de deixar para amanhã? Estamos sempre correndo atrás de alguma coisa que nós achamos que, quando conseguirmos, compensará todas as vezes que fomos omissos? Pior ainda, por que tantas vezes, conscientemente, ignoramos e negamos aos nossos amados a nossa presença, carinho e atenção?

Cada vez que perdemos a oportunidade de tratar com valor e respeito aos nossos amados é uma chance perdida de tornar a vida, deles e nossa, boa, agradável e significativa.

A terceira coisa que me chamou a atenção é que o casal em questão teve a oportunidade de saber quando a morte estava chegando e, por isso, tiveram a oportunidade de desenvolver um comportamento que tornou aqueles últimos dias significativos para ambos. Mas quem disse que a morte sempre manda aviso prévio?

A música “Flores em Vida”, de Paulo César Baruk, nos alerta para as tantas oportunidades perdidas e para o sentimento de perda e arrependimento que fica quando a morte leva inesperadamente a quem amamos. Ficamos dolorosamente conscientes que já não poderemos mais expressar o apreço, o carinho e o valor que deveríamos.

É curioso que, na maioria das vezes, não ficamos cobrando o que não recebemos, mas o que dói é o fato de que não mais podemos dar aquilo que poderíamos ter dado no tempo devido.

Não retenha o amor. Não economize o carinho. Não guarde o elogio e a apreciação. Não deixe de perdoar. Esforce-se para estar junto. Transmita a sua confiança ao olhar a pessoa que ama. Alegre o ambiente ao sorrir com sinceridade e satisfação por estar com ela. Use palavras positivas e cheias de esperança.

Com certeza, ao viver assim, poderemos olhar para trás e saber que fizemos tudo o que deveríamos ter feito e vivido da maneira que deveríamos ter vivido com aqueles a quem amamos.

Vinicios Torres (Transcrito de Ichtus)

Veja o clip do PC Baruk: Flores em Vida (clique)